REPORTAGEM

Fundação Tzu Chi ajuda jovens de Nhamatanda afectados pela devastação a sonharem com um "futuro melhor ”

Por Estevão Chavisso  ( Texto , Fotos e vídeo )

Sofala, Agosto de 2025 – No interior de Nhamatanda, em Sofala, as memórias da devastação provocada pelo pior ciclone que atingiu o centro de Moçambique ainda estão vivas, mas, apesar do receio de um próximo desastre natural, há dezenas de jovens que escolheram sonhar com um futuro melhor, sobretudo para apoiar os mais vulneráveis.

São 08:00 em Metuchira e o Centro de Formação Vocacional da Fundação de Caridade Tzu Chi, a 116 quilómetros da Beira, capital provincial de Sofala, já tem as portas abertas, à espera do primeiro grupo de jovens para a aula de costura, orientada por voluntários daquela fundação de princípios budistas.

Este grupo aprende técnicas de criação de pequenos negócios para melhorar as suas próprias condições, mas, sobretudo, ajudar o próximo.

“Eu estou aqui a aprender corte e costura desde o ano passado. O meu sonho é abrir o meu próprio ateliê. Primeiro, para garantir algum sustento para a minha própria família, mas também para ajudar os outros, criando emprego para algumas pessoas, sobretudo jovens, que não têm muitas oportunidades aqui”, explica Julieta Alberto, 20 anos, sentada na sua máquina de costura.

Formação pretende garantir sustentabilidade no desenvolvimento das comunidades

Rafael Cocurico, coordenador do centro, explica que o objetivo é habilitar os jovens, a maioria órfãs, com “práticas para toda a vida”, com uma formação de três meses e a distribuição de ‘kits’ de autoemprego para que criem pequenos negócios na comunidade.

O Centro de Formação Vocacional é um entre os vários projetos que a Tzu Chi tem desenvolvido em apoio a reconstrução de Sofala desde o Idai, graças aos esforços dos voluntários da fundação.

O pacote de apoio à reconstrução da Tzu Chi em Sofala inclui a construção de mais de três mil casas e 23 escolas, com um financiamento de 108 milhões de dólares pela organização, que está em Moçambique desde 2012, apoiando as autoridades em momentos de emergência.

O apoio espiritual para enfrentar os traumas

Nas salas do centro de formação, agora com 180 jovens, que continuam no ensino geral, ainda há espaço para a educação cívica e moral, fundada nos princípios budistas de quem segue os ensinamentos da  Venerável Mestre Cheng Yen, a fundadora da Tzu Chi.

“Não só estou a aprender a fazer corte e costura, depois de três anos sem estudar, mas também estou a aprender os princípios de amar o próximo e cuidar da minha comunidade”, diz Paulo Luís, 20 anos, outro formando.

Nestes jovens nascidos numa província ciclicamente afetadas por desastres naturais, os traumas ainda existem.

“O meu amigo foi arrastado pela corrente das águas durante o ciclone Idai e morreu. Foi uma pessoa muito importante para mim, mas não está mais aqui. Hoje, eu estou e quero continuar a estudar para garantir que, na minha comunidade, as pessoas não mais morram por causa destes desastres”, desabafa o jovem voluntário.

Pela sua localização, Moçambique está exposto a cheias e ciclones tropicais durante a época chuvosa, entre outubro e abril, tendo o  período entre 2018 e 2019, ano da passagem do Idai, sido descrito como o mais severo de sempre, com 714 mortos.

Junte-se a nós nesta jornada de transformação.

A Tzu Chi Moçambique continua a semear amor, compaixão e solidariedade em cada província.
Com cada casa construída, cada criança alimentada e cada família fortalecida, reafirmamos o compromisso de servir com empatia e dignidade.

Somos  uma organização moçambicana sem fins lucrativos funda em 2012 dedicada ao serviço altruísta.

Subscreva - se já

Não Perca nossas futuras Actualizações.

©2025. Tzu Chi Moçambique.Todos Os Direitos Reservados.